Carregado de expressão e cultura, o Graffiti imprime sua força em muros, prédios e galerias por todo o mundo. A partir dele, traços e cores são utilizados para transmitir mensagens num contexto social de comunicação e estética. No Brasil, esta arte urbana teve no etíope Alex Vallauri um de seus principais precursores. Não à toa, a data de seu falecimento – 27 de março de 1987 – tornou-se o Dia Nacional do Graffiti.
Para além das fronteiras nacionais, o trabalho de artistas brasileiros também tem ganhado o mundo. Eduardo Kobra, os irmãos Gustavo e Otávio Pandolfo (Os Gêmeos) e Ramon Martins destacam-se entre os mais conceituados grafiteiros. Para envolver seus espectadores, eles expõem ao cotidiano o resgate do passado, a conscientização para temas presentes e a inovação. Todas essas características podem ser encontradas no expressivo trabalho de Kobra, considerado um dos muralistas mais reconhecidos da atualidade. Em seu currículo, soma mais de 500 obras realizadas em ruas do Brasil e de outros 17 países. Ou seja, pode-se dizer que o graffiti o levou da periferia de São Paulo para o mundo.
Os recordes de um brasileiro
Desde os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016, Edurado Kobra detém o recorde de maior mural grafitado do mundo. Primeiro, o destaque foi obtido com a obra Etnias, de 3 mil metros quadrados, realizada para celebrar o evento esportivo. Em 2017, a marca do mural carioca foi superada pelo próprio artista, que grafitou outro paredão de 5.742 metros quadrados. Situada às margens da Rodovia Castello Branco, na Região Metropolitana de São Paulo, a obra é uma homenagem ao chocolate. Com ela, o muralista brasileiro permanece como recordista do Guiness World Records.
Ainda na adolescência, Kobra começou a desenhar em muros na clandestinidade (como pichador). Nos anos 1990, trabalhou fazendo cartazes, pintando cenários de brinquedos e criando imagens para eventos de um parque de diversões. Assim, o filho de um tapeceiro e de uma dona de casa começou a ganhar dinheiro com sua arte. Também foi dessa forma que despertou a atenção de empresas e agências de publicidade, ganhando o mundo. Seu primeiro destaque na mídia nacional foi em 2007, com o projeto Muro das Memórias, que reproduziu fotos antigas de São Paulo. Fora do Brasil, seu pioneiro mural foi em Lyon, na França, em 2011. Inspirado nas pinturas de street art tridimensionais, também transformou o graffiti numa incrível variação de profundidade e realismo.
Autodidata, o muralista conta que aprendeu e desenvolveu o Graffiti observando a obra de artistas que admira. Entre eles, Banksy (Inglaterra), Eric Grohe e Keith Haring (Estados Unidos) e Diego Rivera (México). Da mesa forma, o próprio Kobra passa a servir como referência para novos entusiastas da arte.
Tecnologia que aproxima o graffiti
Responsável por “iluminar a imaginação”, um aplicativo gratuito criado pela empresa austríaca OMAi tem literalmente projetado o graffiti nas ruas. Disponível exclusivamente para iPad, The New Tagtool ajuda a produzir desenhos e animações digitais com simples toques na tela. Sua experiência fascinante permite trabalhar de maneira colaborativa, usando vários iPads no mesmo projeto. Dessa forma, o app possibilita a criação de grafites e histórias animadas que podem ser projetadas ao vivo pelo AirPlay. Ou seja, com a ajuda da tecnologia, o app transforma o tablet num estúdio completo para aspirantes e artistas.
A ideia, conforme a OMAi, é também utilizar o Tagtool em intervenções urbanas noturnas durante eventos culturais. Assim, com a ajuda de projetores de grande escala, as imagens podem ser estampadas em muros, prédios e construções. Por sua vez, público e artistas são convidados para atuar em conjunto e ao vivo na elaboração de obras interativas. Então, que tal comemorar o Dia Nacional do Graffiti treinando algumas artes em seu iPad?