Assim como vários outros setores da sociedade, o mercado de trabalho vive em constante evolução. Por isso, acompanhar as tendências relacionadas a cada área é fundamental para antecipar ações e estar preparado para possíveis mudanças.

É justamente sobre isso que trata o estudo Future of Jobs Report, elaborado pelo Fórum Econômico Mundial. Analisando 20 diferentes economias e 12 setores da indústria, a pesquisa apontou os rumos que serão seguidos até 2022.

Dessa forma, traçou um mapa de onde e como devem surgir ou desaparecer postos de trabalho, habilidades e ferramentas. Veja, a seguir, as principais tendências que merecem mais atenção desde já:

Cinco tendências para o futuro do trabalho

  1. Automação, robotização e digitalização

Internet móvel de alta velocidade, inteligência artificial, análise de Big Data e computação em nuvem. De modo geral, essas são as principais tecnologias responsáveis por liderar os processos de mudança no mercado de trabalho.

Por sua vez, a robótica ganhará espaço de maneira mais setorizada – afinal, cada área deve seguir uma estratégia mais personalizada. Especialmente na indústria automobilística, será possível acompanhar o aumento da aplicação da robótica. Modelos estacionários, como braços mecânicos, devem ser os mais adotados até 2022, com 37% de prevalência, conforme o estudo. Já os robôs terrestres não humanoides aparecem em segundo lugar, com 33%. Enquanto isso, robôs humanoides podem conquistar 23% de ocupação em empresas, principalmente nas áreas de serviços financeiros e investimentos.

Outro percentual apontado na pesquisa é o de robôs aéreos e submarinos, que devem chegar a 19% das empresas. Sua aplicação deverá ocorrer de maneira especial na indústria de petróleo.

  1. Disrupções e perspectivas de emprego

Conforme o estudo, as profissões que têm se destacado atualmente devem ampliar a base de funcionários de grandes empresas globais. Assim, nos próximos três anos, há expectativa de crescimento de 16% para 27% no número de trabalhadores ativos.

Fazem parte dessa tendência profissionais de áreas como análise de dados, desenvolvimento de software e aplicações. Também deverá haver crescimento entre os setores que lidam diretamente com “traços” humanos. Exemplos disso são profissionais de marketing e vendas e especialistas em desenvolvimento organizacional.

Ao mesmo tempo, a pesquisa aponta que empregos já afetados atualmente devem se reduzir ainda mais. Ou seja, em determinadas áreas, a tecnologia seguirá provocando encolhimento de postos de trabalho, numa diminuição de 31% para 21%.

Entre os exemplos de profissões que tendem a decair estão as de inserção de dados e de secretariado executivo e administrativo. Mas o saldo do emprego será positivo. De maneira quantitativa, a pesquisa aponta que 75 milhões de ocupações atuais serão deslocadas – e 133 milhões de novos empregos surgirão.

  1. Divisão de trabalho

Atualmente, em torno de 71% do total de horas de trabalho são cumpridas por humanos. Os 29% restantes do tempo estão a cargo de máquinas e algoritmos. Porém, a pesquisa destaca que, até 2022, tal divisão de tarefas deve mudar bastante.

Até lá, os humanos devem responder por 58% das horas de trabalho, enquanto 42% caberão aos sistemas. Além disso, 62% do processamento de dados, pesquisa e transmissão de informações das empresas será realizado por máquinas. Em menor escala, elas também poderão ganhar espaço em funções de gerenciamento e comunicação.

  1. Novas tarefas acompanhando novas habilidades

Segundo o estudo, os trabalhadores vivenciarão uma mudança média de 42% das habilidades exigidas para realizar um trabalho. As competências que terão demanda mais crescente serão aquelas relacionadas à tecnologia, como pensamento analítico, aprendizado ativo e design tecnológico.

Ao mesmo tempo, habilidades de “essência humana”, como criatividade e originalidade, seguirão em alta. Outras características que apresentarão crescimento ainda mais efetivo são liderança e inteligência emocional. De outro modo, destreza manual, resistência e precisão são habilidades cujo grau de exigência tende a se reduzir.

  1. A era dos eternos aprendizes

Ainda de acordo com o Future of Jobs Report, o trabalho do futuro será baseado em aprendizado contínuo. Assim, em 2022, todos os profissionais deverão investir cerca de 100 dias por ano para seu aperfeiçoamento pessoal.

Dessa forma, há expectativa de que arranjos mais flexíveis de trabalho sigam em prática. Além disso, a implementação de equipes remotas deverá garantir mais acesso ao talento dos trabalhadores. Afinal, para que permaneçam dinâmicas, diferenciadas e competitivas numa era de máquinas, as empresas precisarão investir efetivamente no capital humano.

Foto: Getty Images/gorondekoff