Celebra-se em 19 de outubro o Dia Nacional da Inovação. Instituída em 2010, a data tem o propósito de incentivar o crescimento tecnológico, científico e intelectual no Brasil. Tudo isso baseado no desenvolvimento de uma economia mais sustentável e competitiva. Afinal, a partir da inovação, é possível encontrar soluções que empregam a tecnologia a favor do meio ambiente. Prova disso é a aposta de cientistas na produção de carne feita em laboratório e comidas impressas em 3D. Mas, para além das mudanças na alimentação, o que se pode esperar de um futuro nem tão distante? A partir deste questionamento, o site O Futuro das Coisas divulgou uma lista com oito megatendências que poderão evoluir até 2030. Veja:

 

  1. Mudanças demográficas

Para além da escassez de alimentos, será preciso apostar na inovação para contornar situações relacionadas a habitação. Afinal, estima-se que a população mundial chegue a 8,5 bilhões em 2030. Desse total, 1 bilhão deve ser formado por pessoas com mais de 65 anos. Logo, será crucial dedicar atenção ao planejamento urbano e investir na construção sustentável e eficiente de mais moradias.

Entre os países que mais apresentarão crescimento populacional estão Índia, Nigéria, Paquistão, República Democrática do Congo, Etiópia, Tanzânia, Indonésia, Egito e Estados Unidos. Aliás, já por volta de 2027, projeta-se que a Índia possa superar a China como país mais populoso do mundo. Outro detalhe relevante é o de que os índices de extrema pobreza devem cair na próxima década. Dessa forma, a maioria das pessoas fará parte da classe média.

 

  1. Urbanização

Em 2030, dois terços da população mundial viverão nas cidades. Ou seja, essa é mais uma projeção que corrobora a necessidade de inovação na área habitacional. Afinal, será essencial investir em planejamento urbano para tornar as cidades mais verdes e sustentáveis. Além disso, estima-se que a população urbana nos países em desenvolvimento dobrará, e as cidades produzirão 80% do PIB global. Grandes cidades da Ásia, América Latina e África estão na fila para se tornarem megacidades. Consequentemente, isso acarretará aumento do custo de vida. No entanto, a tendência é que as pequenas e médias cidades sejam os grandes protagonistas da expansão urbana.

 

  1. Mundo mais transparente

Em dez anos, a inovação possibilitará um aumento ainda maior da coleta de informações pessoais e profissionais. Porém, ao mesmo tempo em que diminuirá a privacidade, essa mudança deve tornar o mundo muito mais aberto. Assim como nos governos, a transparência aumentará nos processos industriais e empresariais. Logo, será mais fácil para o consumidor eleger produtos com menor pegada de carbono ou menos ingredientes tóxicos, por exemplo.

 

  1. Crise climática

Até 2030 será possível ter uma clareza maior sobre quão difíceis serão as próximas décadas em relação às mudanças climáticas. De maneira especial, povoados de cidades costeiras tendem a enfrentar muitas dificuldades à medida que o nível do mar aumenta. Sendo assim, estas podem ser as áreas mais carentes de atenção e inovação desde já. Afinal, é preciso alterar radicalmente o padrão das emissões de carbono para manter o mundo a 1,5 grau Celsius de aquecimento. O assunto é tratado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), para o qual a meta é atingível. Mas tudo depende do nível de comprometimento de alguns governos globais. Afinal, o acordo climático de Paris de 2015, em teoria, concorda em manter o aquecimento em 2 graus Celsius. Até 2030, é muito provável que já tenhamos atingido a marca de 1,5.

 

  1. Pressões por recursos

Como já se discute há tempos, a água será um recurso crítico e, provavelmente, muitas cidades enfrentarão desabastecimentos frequentes. Nesse contexto, haverá necessidade de mais investimentos em tecnologias como a dessalinização. Outros recursos naturais também devem se tornar escassos. Assim, o mundo precisará adotar rapidamente modelos mais circulares, minimizando a utilização de materiais virgens. Em seu lugar, reciclados e produtos remanufaturados devem ganhar ainda mais espaço.

 

  1. Tecnologia limpa

Devido às quedas contínuas no custo de tecnologias limpas, as energias renováveis continuarão crescendo. Até 2030, não haverá efetivo crescimento da capacidade de geração energética vinda de tecnologias baseadas em combustíveis fósseis. Quase todas as vendas de carros novos serão de veículos elétricos. Inclusive, estima-se que este mercado crescerá dos atuais três milhões para 125 milhões em 2030. O fato deve ser impulsionado por reduções substanciais no custo das baterias. Além disso, uma legislação mais rígida poderá proibir o uso de motores movidos a combustíveis fósseis. Outra expectativa é o aumento exponencial de tecnologias baseadas em dados que tornam os edifícios, redes, estradas e sistemas de água substancialmente mais eficientes.

 

  1. Tecnologias: parceria ou ameaça?

Muitos são os caminhos que indicam que a tecnologia “manipulará” a humanidade ainda mais do que hoje. Afinal, a Internet das Coisas (IoT) será predominante, visto que praticamente todos os dispositivos estarão conectados. Ao mesmo tempo, a tecnologia tornará a vida mais prática e produtiva. Afinal, a Inteligência Artificial (IA) atuará como uma facilitadora da inovação em produtos, processos e modelos de negócios. Baseada em automação inteligente, ela criará empregos, mas também eliminará outros.

 

  1. Políticas globais

É difícil prever se governos e instituições globais trabalharão em sintonia para combater mudanças climáticas e pressões por recursos. Além disso, será preciso enfrentar a imensa desigualdade social e a pobreza. Apesar do Acordo de Paris ter sido um começo importantíssimo neste caminho, alguns países se retiraram da cooperação global. Em 2019 as guerras comerciais e tarifárias predominam.

Será melhor agir ou esperar para ver? Nossas escolhas como indivíduos e como parte das empresas – como colaboradores, clientes, usuários ou investidores – impactarão o futuro. Pode-se esperar, mas quem agir proativamente estará, com certeza, ajudando a garantir um futuro melhor.

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