Aos 25 anos, ela já era dona de duas startups, ambas com faturamento na casa dos bilhões.
 
Mesmo atuando no mercado de tecnologia e inovação, majoritariamente ocupado por homens, Camila Achutti fez seu espaço e não se intimida com a hegemonia masculina do setor. Mas não nega percalços: ao longo da trajetória, já viveu, sim, situações difíceis ou, no mínimo, delicadas, por ser mulher.
 
Resumida em sucesso, sua carreira tem muito a mostrar. Na série Mulheres Non Stop de nosso blog, conheça um pouco mais deste ícone da nova geração empreendedora brasileira.
 
iPlace – Você é fundadora de duas empresas, a Ponte 21 e a Mastertech. Pode explicar brevemente o que cada uma faz?
 
Camila Achutti – A Ponte 21 foi a primeira Startup que fundei junto com meu sócio Felipe Barreiros. Ela é uma solução para empresas que buscam desenvolver produtos de maneira rápida. Nós trabalhamos com a entrega de MVP’s criados através de um trabalho de Inseption e sprints. Basicamente criamos apps, plataformas, sites, o que a empresa estiver precisando de solução inovadora.
 
A Mastertech surgiu por conta de um problema que começamos a perceber quando íamos até os clientes que chegavam com projetos na para serem desenvolvidos pela Ponte 21. Esse problema era um GAP de educação nas pessoas que estavam trabalhando dentro de empresas. Por que não montar uma startup que ensina essas habilidades do século XXI que estão faltando nos profissionais hoje? E foi assim que nasceu a Mastertech, temos workshops, cursos imersivos noturnos e diurnos em áreas como tecnologia, design, marketing digital e negócios.
 
iPlace – Em pouco tempo, suas startups tornaram-se empresas de faturamento bilionário. Qual o segredo para tanto sucesso?
 
Camila Achutti – Não acho que tenha um segredo, e muito menos que o sucesso esteja atrelado a faturamentos bilionários. Para mim, o sucesso acontece quando vejo meu propósito fazendo a diferença na vida de outras pessoas, quando percebo que a tecnologia transformou e empoderou pessoas e que a Mastertech foi a ponte para isso acontecer.
 
Para mim, a diferença é trabalhar duro, sempre dando atenção à detalhes e criando uma comunidade unida. A experiência que queremos dar aos nossos alunos e clientes é o brilho no olho que sentimos internamente, e acho que a gente consegue fazer isso.
 
iPlace – O mercado, especialmente de tecnologia, é predominantemente masculino – de fato, pesquisa do IBGE mostra que as mulheres são cerca de 20% dos profissionais deste segmento no Brasil. Além disso, em cargos de liderança (de todos os setores corporativos), a participação feminina é de não mais do que 37%. Como você se vê em um cenário tão desproporcional, em que és a vencedora representante de uma minoria?
 
Camila Achutti – No mês de março, a Mastertech criou uma campanha exatamente para mostrar números como esses. Diferenças salariais, porcentagens pequenas de mulheres em cargos de tecnologia, entre outros.
Eu vejo que estou abrindo portas, que felizmente consegui estar em uma posição onde outras meninas podem ter referências dentro da área de tecnologia e podem ser empoderadas.
 
Na Mastertech, 52% dos nossos alunos são do sexo feminino e é o trabalho focado em detalhes que faz isso acontecer. Quero cada vez mais mostrar às meninas e mulheres que elas podem aprender o que quiserem, e ser quem quiserem.
 
iPlace – Você já viveu algum tipo de preconceito ou dificuldade, no âmbito corporativo ou social, por ser mulher?
 
Camila Achutti – Qual mulher nunca sofreu? Quando entrei na faculdade de Ciências da Computação, só via homens a minha volta, mudei meu estilo, cortei o cabelo, para tentar me encaixar, mas ainda assim sempre que tinha alguma dúvida o professor não me levava a sério, e quando um menino da sala fazia alguma pergunta, era respondido de uma forma muito diferente.
 
iPlace – Quais são as principais lições que você aprendeu ao longo de sua trajetória bem-sucedida?
 
Camila Achutti – Que errar faz parte do processo e que se for só pra mim não adianta. Quero romper barreiras, mas mais do que isso quero abrir uma porta para que mais mulheres passem também. E a gente só vai conseguir fazer isso tentando, errando arrumando.
 
iPlace – Todo caminho tem algum errinho. Você destacaria algum engano cometido ao longo da carreira, a fim de evitar que alguém mais o cometa?
 
Camila Achutti – Síndrome do Impostor. Tenho certeza que perdi oportunidades no início da faculdade por não me sentir pronta ou boa a suficiente. Ou ainda se não perdi, fiquei perdendo tempo me questionando se eu deveria mesmo estar ali. Isso tira energia e impõe pressão, duas coisas que não são boas para ninguém
 
iPlace – Quais suas 3 dicas de ouro para mulheres que estão empreendendo ou que estão desenvolvendo uma carreira profissional?
 

  • Estudem sobre formação de times
  • Estudem sobre finanças
  • Estudem sobre Tecnologia, principalmente coding.

 
Com esses 3 pilares vocês podem conquistar o mundo. O resto vocês já tem tudo <3