comentamos aqui que a música tem influência direta na melhora do desempenho físico. Afinal, ela é importante aliada na hora de garantir mais disposição e entusiasmo. Ao mesmo tempo, determinadas trilhas sonoras são utilizadas para relaxar e para garantir mais concentração no trabalho. Outras, ainda, podem acabar provocando sentimentos negativos, como medo e ansiedade.

Mas você sabe como seu corpo e sua mente reagem a esses estímulos? Nós conversamos com a neurologista Elisabete Castelon Konkiewitz para entender. Confira!

 

Da infância à vida adulta, quais os principais benefícios que a música oferece?

A música é uma forma de comunicar, de transmitir e perceber as emoções. Dessa forma, representa um elemento de sintonização e acaba unindo as pessoas. Não como parte de um mesmo grupo, mas por via intelectual. Num exército, numa torcida, numa festa; até numa cerimônia fúnebre. A trilha sonora age de forma imediata nos circuitos cerebrais responsáveis pelas emoções.

Ou seja, o cérebro humano responde biologicamente à música e, por isso, as reações que ela provoca são universais. Em todas as culturas, em todas as épocas. Por isso, ela é um importante elemento para integrar todas as pessoas numa mesma emoção.

Ao mesmo tempo, acaba desempenhando outro importante papel na escolarização das crianças, no neurodesenvolvimento. Afinal, é através da música que a criança aprende também a falar e a se comunicar com os pais. Se observarmos, em todas as culturas existem músicas e cantigas de ninar, por exemplo. E mesmo que os pais não cantem para a criança – o que é raro – a própria forma como falam com ela é mais musicalizada. Com um bilu, bilu; uma entonação diferente e, cientificamente, é comprovado que isso contribui para o desenvolvimento da linguagem.

Brincadeiras musicais de roda e de jogos de reciprocidade ensinam como participar de um grupo, respeitar regras, saber sua vez. Muitas atividades musicais também envolvem jogos de imitação, e é através disso que vamos assimilando os comportamentos e normas da sociedade.

 

Como a música estimula os circuitos emocionais?

Existe um circuito cerebral voltado ao planejamento motor independente de qualquer estímulo externo. Ou seja, é um movimento que eu imagino. O outro é o movimento guiado pelo próprio estímulo externo. Então, quando eu ouço a música, ela dá um guia para ser seguido. Ela coloca o meu movimento para seguir aquele molde.

Para entender melhor, imagine que você fosse escrever numa linha sem traço algum. O efeito musical lhe proporciona uma linha já tracejada para escrever por cima. Assim, você sabe o que deve seguir, certo? É dessa forma que a música facilita, por exemplo, a movimentação de pacientes com Parkinson. Pois ela dá a batida, o ritmo do movimento a ser realizado. Além disso, ajuda a fazer o movimento com mais vontade, pois estimula os nossos circuitos emocionais.

 

Como isso se aplica na realização dos exercícios físicos, na concentração para o trabalho e no aprendizado, por exemplo?

Na prática dos exercícios físicos, a música tem o aspecto de “dar o passo”. Por isso, ajuda a facilitar a execução e a memorização das atividades. Sem falar que é muito motivadora. Em relação à música ajudar a se concentrar, algumas pessoas relatam que sim, outras relatam que ela atrapalha. Alguns estudos falam do “efeito Mozart”, que deixou aquela ideia de que a música torna pessoas mais inteligentes. É algo ainda um pouco questionável e não universal, pois o resultado não é o mesmo com todas as pessoas.

O que sabemos é que a música, com certeza, ajuda a relaxar. Mas também pode estimular, provocar medo ou deixar alguém muito triste, com vontade de chorar. Afinal, ela mexe muito com nossas emoções. Dessa forma, podemos dizer que para cada fim existe um estilo ou combinação. O que não podemos dizer é que, por exemplo, que “o rock acalma algumas pessoas, mas gera ansiedade em outras”. Isso não, porque a reação é universal e depende dos circuitos cerebrais. Por isso, músicas que provocam medo a um chinês também provocam medo a um alemão. E teriam provocado medo a um homem da Idade Média.

O que pode existir, às vezes, é um efeito cultural, mas estudos feitos com bebês mostram que as reações, em princípio, são universais. Então, a reação é abiogênica para todas as pessoas. O que pode variar é o estado em que ela já se encontrava.

Apps para aproveitar os muitos benefícios da música

Apple Music

O Apple Music é o melhor aplicativo para reprodução de músicas do mundo. Contando com um acervo de 50 milhões de títulos, ele permite baixar suas músicas favoritas para ouvir sem a necessidade de conexão com a internet. Além de ficar por dentro dos lançamentos dos seus artistas favoritos e descobrir as novidades com base no seu gosto pessoal, o app entrega uma curadoria exclusiva de playlists para os mais diversos momentos, atividades e humores, por exemplo, Boa Onda, Chill, Motivação e Foco.

Separamos algumas dessas listas para você descobrir e se inspirar: Tô feliz, Pop para malhar, Na vibe de sexta-feira, Relax, Só romance, No meu quarto e Sons da sonolência.

Weav Run

O aplicativo Weav Run adapta qualquer música ao ritmo dos passos de seu usuário. Dessa forma, permite correr em sincronia com a batida da canção, inundando o cérebro com endorfina e retardando a fadiga. Gratuito, o Weav Run pode ser conectado ao Strava e executado simultaneamente com outros rastreadores de corrida. Além disso, integra-se ao app Saúde, da Apple, para sincronizar seus treinos e gravar dados de frequência cardíaca.

Cura Relaxante

Gratuito na App Store, o Cura Relaxante é repleto de músicas e sons suaves. Entre eles, ruídos da natureza, como chuva e canto de pássaros. Dessa forma, ajuda a produzir no cérebro as chamadas “ondas alfa”, que incentivam a mente a relaxar e se concentrar. Por isso também é ótimo para induzir a uma boa noite de sono. Com diversas possibilidades de configuração, o Cura Relaxante também possui função despertador, com cinco sons de alarme para escolher.

Para ter suas músicas e apps sempre à mão, nada melhor do que os dispositivos Apple. Na iPlace você pode escolher entre diversos modelos de iPhone. Ou, ainda, fazer sua combinação entre Apple Watch e fones e ouvido. Já quando a ideia é compartilhar suas playlists favoritas, a dica é uma destas caixinhas de som.

Foto: iStock/Damir Khabirov